Sistema para tratamento de esgoto é a ideia vencedora do Hackathon em Saúde UFG
Evento contou com a participação de estudantes de 26 instituições de ensino superior
A equipe Equalize foi a primeira colocada do 1º Hackathon - Inovações para Saúde Pública realizado pela UFG. Ela propôs um sistema de filtragem com módulos pré-fabricados para a universalização do tratamento de esgoto que inclui um aplicativo para o acompanhamento da manutenção e outras informações. Em segundo lugar, ficou a equipe InDose, com um aplicativo para ajudar a calcular a quantidade de insulina para quem tem diabetes tipo 1. A terceira colocada foi a Sang.in, com um aplicativo para estimular a doação de sangue.
A premiação foi entregue na tarde desse sábado, 23 de novembro. As equipes classificadas em primeiro, segundo e terceiro lugares receberam R$ 10 mil, R$ 6 mil e R$ 4 mil, respectivamente. Os três times poderão participar de uma imersão no Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) da UFG, com objetivo de preparar o projeto para aplicação no sistema de saúde.
Mobilização pela saúde pública
O reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, ressaltou que o evento foi realizado porque muita gente se envolve para organizar e fazer acontecer. Madureira também pontuou o atual descaso com a educação pública superior brasileira e afirmou que a resposta é muito trabalho, mobilização, alegria e resultados. “Eu tenho certeza de que muitas coisas boas para a saúde sairão daqui.”
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia de Goiânia e professor do Instituto de Informática da UFG, Celso Camilo, parabenizou a organização do evento e os participantes. “Mais do que os produtos gerados, o que vale é o conhecimento e a experiência vivida.” Camilo ainda destacou o fato de ser um trabalho em prol do bem comum, da saúde pública do País. “Esperamos que vocês possam tocar esses e outros projetos para melhorar a qualidade de vida da nossa cidade.”
A pró-reitora adjunta de Pesquisa e Inovação e diretora de Transferência e Inovação Tecnológica da UFG, Helena Carasek, destacou a representatividade do evento que contou com a participação de 26 instituições de ensino superior, seis Estados e dois países.
Carasek também agradeceu o apoio do ex-deputado federal Daniel Vilela que direcionou emenda parlamentar para as ações de inovação e empreendedorismo da UFG que permitiu a realização do Hackathon e de outros eventos dessa área. A pró-reitora adjunta ainda agradeceu aos mentores voluntários, à facilitadora Aline Jahjah e à equipe da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI) da UFG, em especial a equipe do CEI, liderada pela gerente Emília Rosângela Pires, que organizaram o evento.
Outro destaque feito por Helena Carasek foi a contribuição da banca avaliadora composta pelo secretário e professor Celso Camilo, a enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Ednarama Aparecida Santos da Silva, o médico e CEO do Hint One, Fabiano Zumpano, o diretor de Saúde do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), Flávio Henrique Silva, e a cirurgiã dentista e diretora de Pesquisa da PRPI UFG, Rejane Ribeiro-Rotta. Também participaram da solenidade da premiação o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, e a pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade, Lucilene Maria de Sousa.
Avaliação dos participantes
Daniel Guimarães (Física UFG), um dos líderes do grupo Equalize, destacou que sua equipe foi a última a ser formada e que alguns dos integrantes foram recusados por outras equipes. Eles se conheceram e elaboraram o projeto no próprio evento. “A pluralidade do grupo foi de suma importância para agregar valor à ideia. Estar aberto a pessoas diferentes faz total diferença na hora da competição.” Ele ainda destacou a organização e a estrutura do evento, em especial o camping e o serviço de massagem. Valdinesia Pereira (Farmácia UFG) elogiou sua equipe, a organização e a dinâmica do evento.
Fernanda Isabella (Direito UFG), da equipe InDose, disse que a equipe pensou em conjunto a ideia no próprio evento e ressaltou o fato de haver estudantes de três instituições de ensino compondo o time (UFG, PUC-GO e IFG Anápolis). Já Matheus Morais (Computação IFG Anápolis) avaliou que a união de estudantes que nem se conheciam em uma equipe para criar algo é uma experiência incomparável. Daniela da Mata Padilha (Medicina UFG), também da InDose, ressaltou a boa estrutura do evento e afirmou que a equipe de monitores é muito qualificada e auxiliou no processo de melhoria da proposta. “Amei tudo. Foi perfeito!”
O Patrick Dantas (Engenharia da Computação UFG), da equipe Sang-In, agradeceu pela oportunidade de poder participar do Hackathon. “Não vamos parar por aqui. Queremos continuar com o nosso projeto porque ele tem muita relevância para nós e para a sociedade.”
Equipes vencedoras
1º Lugar
Equalize
Problema: Hoje 50,3% do esgoto do Brasil não recebe tratamento o que provoca um grande número de internações no SUS .
Solução: Equalize, sistema de filtragem com módulos pré-fabricados com materiais reciclados e mudas de bambus para filtragem através de suas raízes. Primeiramente, por decantação, é feita a separação dos resíduos sólidos que são aproveitados em uma compostagem para cultivo de ervas medicinais. O fluido restante é direcionado para as raízes dos bambus. A água resultante não é indicada para consumo humano, mas para limpeza, entre outros usos. O Equalize também inclui um aplicativo com informações para acompanhamento da manutenção dos módulos e compartilhamento de saberes fitoterápicos das comunidades tradicionais.
Equipe:
Daniel Guimarães – Física UFG
Júnior da Mata – Arquitetura e Urbanismo UFG
Leonardo Porto – Medicina Uniatenas (Paracatu-MG)
Lucas Emílio – Engenharia da Computação UFG
Valdinesia Pereira – Farmácia UFG
2º Lugar
InDose
Problema: Cerca de 4 milhões de brasileiros são dependentes da insulina. Há uma dificuldade em determinar a dose de insulina indicada para cada paciente.
Solução: Aplicativo voltado aos pacientes com diabetes tipo 1. O paciente insere a foto dos alimentos que vai consumir, o aplicativo identifica quais alimentos estão presentes, o paciente então informa a porção (quantidade) de cada alimento e o aplicativo calcula a quantidade de insulina necessária para o paciente. Também podem ser inseridos rótulos de alimentos para esse cálculo.
Equipe:
Ayrthon Freitas – Design PUC-GO
Daniela da Mata Padilha – Medicina UFG
Fernanda Isabella – Direito UFG
Matheus Evangelista Morais – Computação IFG Anápolis
Rone Cesar Brandão Filho – Ciência da Computação PUC-GO
3º Lugar
Sang.in
Problema: Déficit de doadores de sangue no Brasil.
Solução: Plataforma colaborativa que incentive a doação de sangue, com aplicativo que forneça informações sobre locais de doação e tipos sanguíneos com maior carência e que também destaque os benefícios garantidos aos doadores por lei, além de descontos oferecidos por empresas parceiras.
Equipe:
Guilherme Reis – Educação Física UFG
João Victor Antomicci – Engenharia da Computação UFG
Núbia Vieira Santana – Engenharia de Alimentos UFG
Patrick Dantas – Engenharia da Computação UFG
Victoria Torres – Administração UFG
(Texto: equipe PRPI. Fotos: Iuri Vaz Miranda)
Categorías: NOTÍCIAS hackathon Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação Empreendedorismo e Inovação